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quarta-feira, 24 de junho de 2009

Jardim



Fora do canteiro de letras ela existe quieta
faz as vontades do vento
aceita sua natureza de flor.

Arrasta meus olhos, essa leve criatura, para o jardim do outro,
este espelho de onde posso ver na verdade o meu próprio jardim.

Neste lugar não oficial
vejo como suas pétalas novas procuram luz
sonhos
e mais cor.

E incrivelmente não vê
que fornece tanto ao mundo ao ser única
e abrir-se inocente depois da chuva
em pequeno sol.

Por Valter Jr.

Poema escrito pelo amigo poeta ou poeta amigo.
Inspirado em mim?
Feito para mim...
Obrigada, Valter. Muita sorte.

Blog particular do poeta:

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Atuação


Sou um personagem de mim,
E deve haver outros por aí.
Não sei qual de mim é o verdadeiro.
E nunca encontrei todos mins de mim.
Tem momentos em que é um mim interpretando um outro mim.
Em outras ocasiões é um mim representando a si.
Não sei onde estão todos mins de mim.
Procuro meu mim, dentro de mim.
Procuro meus mins, fora de mim.
Quantos mins de mim haverá?
Sei que gostam de interpretar.
Um mim de mim finge ser vários mins de mim.
E leva a pensar que há vários mins de apenas um mim.
Nunca saberei quantos são os mins de mim...

terça-feira, 9 de junho de 2009

Crises....




Crise econômica, Crise mundial, Crise governamental,
Crise existêncial, Crise emocional,
Crise realista, Crise ficcional, Crise derivacional,
Crise composicional,

Crises, crises, crises...
Porque existem?

Porque insistem?

segunda-feira, 8 de junho de 2009

verbos (sólidos)


objetos não são palavras, objetos não são simplemente coisas,
objetos são e não são coisas e palavras, pois toda palavra é até certo ponto coisa,
e toda coisa é até certo ponto palavra.
a coisa tem sempre algum nome e nome tem algo de coisa,
assim como palavra e coisa podem num certo sentido ser objeto e sujeito.
ou seja, tudo pode se tornar conforme, até certo ponto e num certo sentido, objeto, palavra e coisa.
palavras palavras palavras, tais coisas-objetos sujeitas a tudo. e tudo
mesmo é feito para esvaziá-las...

- busco o sem-nome das coisas, ali onde a palavra não diz mais nada senão o vazio de todo começo-e-fim. a plenitude vem do inefável e do último sopro das essências (samuel beckett).

(16.II.05)
NASCIMENTO, Evando. Retrato Desnatural. 2008, pág. 85.

sábado, 6 de junho de 2009

Descoberta


Em um momento de distração,
caminhando pela calçada, descobrir minha morada,
no entre-lugar, no não-lugar, no entre-espaço,
na lírica, na narrativa,
na biografia, na ficção, na teoria.
Neste lugar nômade do saber onde (n)a literatura é o meu viver.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Paradoxo



Quando andava sem te notar;
Quando fingia te esnobar;
Se contigo não queria estar;
Era pra meu segredo não mostrar.
Se de ti me afastava;
Dizia que não te amava;
Meu segredo queria gritar.
E fingia te odiar;
Queria contigo brigar;
Toda minha ira demonstrar.
Meu segredo escondido devia ficar.
E quando perto me afastava;
E quando longe te amava;
Meu silêncio queria gritar.